O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), divulgado mensalmente pela Fundação Getulio Vargas (FGV), é o indicador mais utilizado para calcular o reajuste dos contratos de aluguel. Em meio à pandemia, tudo que o Microempreendedor Individual (MEI) e as pessoas físicas não querem é ter que arcar com aumento no aluguel.

Após ter registrado avanço de 3,23% em outubro, a inflação medida pelo IGP-M voltou a acelerar levemente em novembro, com alta de 3,28%. Assim, o índice acumula altas de 21,97%, no ano, e de 24,52%, nos últimos 12 meses.

Com essa alta, os contratos de aluguel com aniversário em novembro poderiam ser reajustados em até 24,52% a partir de dezembro. Ou seja, se você paga R$ 1 mil de aluguel, passaria a pagar R$ 1.245,20 caso este valor não seja renegociado.

A variação pode gerar grande preocupação entre os empresários, especialmente diante da crise que estamos vivendo. A renegociação do aluguel torna-se, então, uma ferramenta fundamental para que este não seja mais um item para sobrecarregar orçamento. Confira a seguir algumas dicas e orientações para realizar uma boa renegociação de aluguel.

Pandemia e crise econômica

Apesar da retomada de muitas atividades econômicas, diversas empresas ainda estão distantes do patamar de receita do período pré-pandemia e existe a expectativa sobre os impactos do fim do auxílio emergencial, além dos riscos de novas ondas de contágio.

Por isso, na hora de renegociar, esta realidade precisa ser levada em consideração. Um aumento pode significar a inviabilidade do negócio e, aí, tanto o empresário como o proprietário perdem.

Informação sobre o mercado

Estar bem informado é essencial no processo de renegociação. A pandemia provocou o fechamento de vários estabelecimentos. Considerando a oferta elevada de imóveis vagos, os preços do aluguel em algumas regiões caíram significativamente.

Por isso, pesquise o preço médio dos aluguéis na região. Se possível, consulte outros comerciantes próximos sobre o patamar de reajuste do aluguel.

Histórico de confiança

Utilizar o histórico de bom pagador na negociação é sempre um bom argumento, especialmente quando se passa por uma crise econômica.

Se for o caso, ressalte as melhorias realizadas no imóvel ou se há algum reparo que deva ser feito no curto prazo.

Mudança de índice de referência

Em muitos casos, o aluguel é a única fonte de renda do proprietário – e, obviamente, ninguém quer que o seu imóvel fique vago.

Caso a aplicação de um reajuste seja inevitável, proponha a mudança do índice de referência do reajuste do IGP-M para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), baseado na inflação e cuja variação acumulada nos últimos 12 meses é de 4,31%.

IGP_M x IPCA

O IPCA é o índice oficial de inflação do Brasil e reflete a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços para a família com renda mensal de um a 40 salários mínimos, ou seja, é um apontador que reflete o custo de vida para o consumidor.

Já o IGP-M é calculado com base nas informações de três outros índices, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), com peso de 60%, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30%, e o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), com 10%.

O enorme crescimento do IGP-M nos últimos 12 meses aconteceu pela desvalorização cambial e em decorrência da alta nos preços das commodities (soja, trigo, laranja, minério de ferro, entre outros) no mercado internacional, que têm forte impacto sobre o IPA.

Fonte: Expresso Mei Fecomércio

Informações: Thiago Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP

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