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12 de janeiro de 2021Colocando a casa em ordem
Com a reabertura do comércio, mesmo que parcial, e a retomada das atividades, quais caminhos tomar para que você, empresário, não faça parte das estatísticas negativas deste ano tão difícil?
É preciso ter em mente que nenhum negócio vai voltar exatamente do ponto em que parou, e os patamares de venda devem começar mais baixos. Por isso, antes de reabrir, se preparar e “colocar a casa em ordem” é uma tarefa que, se ainda não foi feita, deve ser posta em prática com urgência.
Considerando que a entrada de recursos é praticamente inexistente, e que, mesmo assim, a empresa deverá arcar com as obrigações – aluguel, salários, fornecedores, etc. -, é fundamental que o empresário trace um cenário realista da situação em que se encontra, considerando contas a pagar, recebimentos e, principalmente, projeções para os próximos meses.
“É o momento de revisar custos fixos, negociar com bancos, fornecedores, funcionários e parceiros, sempre buscando a máxima redução de custos possível. Nesse ponto entram também as oportunidades de postergação de tributos lançados pelos governos, que podem ajudar bastante”, afirma Ulisses Ruiz de Gamboa – professor de economia da Universidade Mackenzie e pesquisador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (CMLE).
ADAPTAÇÃO É PALAVRA DE ORDEM
Planejar é essencial, mas a verdade é que ninguém sabe ao certo como o consumidor vai se comportar.
RENEGOCIANDO CONTRATOS:
FORNECEDORES
Negocie a ampliação do prazo para pagamento; caso a empresa não tenha todos os recursos necessários, priorize o pagamento do principal e daqueles com multas ou encargos mais caros por atraso. Assim como o empresário, o fornecedor está passando pela mesma situação vantajosa para ambas as partes, um apoio mútuo em uma hora em que todos estão em risco.
ALUGUEL
Veja a possibilidade de um desconto para o período em que a loja ficou fechada; outra opção pleitear uma isenção como prazo determinado e que o valor devido seja diluído ao longo do período restante do contrato.
BANCOS
O planejamento financeiro permitirá que o empresário avalie o custo de eventuais empréstimos já contratados, facilitando uma possível renegociação dos termos e evitando a cobrança de taxas abusivas. Caso a empresa não tenha caixa, é recomendável solicitar a suspensão dos pagamentos das parcelas do financiamento, oferecida por algumas instituições financeiras. Avalie ainda a contratação de linha de crédito emergencial lançada pelo governo.
FUNCIONÁRIOS
A busca por soluções, mesmo que os colaboradores ainda estejam a distância, pode ser feita de forma coletiva, por meio de uma comunicação clara e transparente. Um ponto importante é não tomar decisões precipitadas no sentido de redução do quadro. Vale estudar as possibilidades de flexibilização da legislação trabalhista para negociar a melhor solução com os funcionários.
Com as operações voltando ao normal, o engajamento das equipes é ainda mais necessário. Ressaltar o esforço mútuo no momento de crise pode contribuir na motivação e na dedicação das pessoas -atitudes que fazem toda a diferença para o movimento de redução das perdas do período em que a empresa ficou fechada.
Arte: Tutu/Fecomercio SP
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